[ Búzios: Uma história que conta tudo, mas não diz nada ]

Mais um post da parceria entre o Chamberlaws e o Viciado Carioca, que tirou esta la do fundo do baú diretamente para você!

Búzios: Uma história que conta tudo, mas não diz nada

Sábado 2:00 – Minha casa: Caralho, tenho que dormir. Amanhã vou acordar as 6:00 e partir para Búzios. Vou só esperar esse Download acabar. Enquanto isso, mais uma dose de vinho.

Sábado 2:30 – Minha casa: Por que será que sempre que falta pouco para acabar um download eu não consigo dormir e fico olhando o Filho da puta até ele terminar?

Sábado 3:00 – Minha casa: Chego a duas conclusões definitivas para a humanidade: Por que será que o Download nunca acaba quando você está olhando? & Um garrafão de cinco litros de vinho realmente é o melhor custo/benefício do álcool.

Sábado 3:05 – Minha casa: Aperto um do bom.


Sábado 3:25 – Minha casa: Sexta vitória consecutiva no "Copas para Internet". Será que existe algum troféu para isso?

Sábado 3:45 – Minha casa: Download acabou! Vou assistir Killer Klowns from Outer Space e tentar dormir.

Sábado 4:55 – Minha casa: O filme já acabou? Sei lá. Acho que eu cochilei. Desligo o computador, viro para o lado e durmo apesar da larica.

Sábado 6:25 – Minha casa: Resolvo levantar da cama depois de dado umas duas porradas no despertador e voltado a dormir. Hoje o dia promete, apesar da azia e do sono infernal. Tomo um banho e como algumas frutas.

Sábado 6:55 – Portaria do meu prédio: Sentado na escada e encostado em uma mochila, tiro um bom sono no melhor estilo mendigo.

Sábado 7:20 – Portaria do meu prédio: Sou acordado ao som da buzina de um Tempra vermelho. Búzios, ai vamos nós.

Sábado 8:15 – Tempra vermelho: Eu sou o único cara do mundo que consegue dormir ao som de Born to Raise Hell do Motörhead no último volume.

Sábado 9:50 – Tempra vermelho: Acordo depois de uma freada busca. Segundo os meus amigos, o nosso Tempra Vermelho acabou de tomar uma cortada feia de um Golf. Falo foda-se e volto ao sono dos injustos.

Sábado 10:45 - Tempra vermelho: Sou acordado ao som da buzina de um Tempra vermelho. Búzios, ai estamos nós.

Sábado 10:55 - Quintal: Entre um "oi como vai" e "prazer" encontro uma das minhas melhores amigas, a latinha de Skol. Porra, ainda nem são 11:00, dormi mau pacas e só comi frutas. Foda-se, não se vive duas vezes.

Sábado 11:25 – Churrasqueira: Fiz uma amizade com o senhor Leopoldo, pai do meu amigo. Típico paizão, com suas típicas piadas de paizão, contando as velhas toscarias de paizão e bebendo cerveja como todo paizão.

Sábado 11:45 – Churrasqueira: Na mesma hora que abocanho uma asinha de frango chega a menina com o maior par de peitos que eu já vi ao vivo. Tesão a primeira vista. Quase não percebo o bucha do namorado dela ao seu lado.

Sábado 11:47 – Churrasqueira: Sou apresentado ao maior par de peitos da minha vida.

Sábado 11:47:30 – Churrasqueira: Caralho que peitos!

Sábado 11:48 – Churrasqueira: Será que um dia eu vou conseguir parar de olhar para esses peitos?

Sábado 11:49 – Churrasqueira: Acho que não.

Sábado 12:15 – Churrasqueira: A picanha tá boa.

Sábado 12:30 – Churrasqueira: Já chegou praticamente todo mundo. Tem umas mulheres soltas, homens solteiros, mas não sei se vai rolar alguma toscaria nesse ambiente familiar.

Sábado 12:35 – Churrasqueira: Acho que eu já ouvi todas as piadinhas sem graça do Seu Leopoldo. Mas nem ligo. O cara está me alimentando e me dando cerveja. Eu o chamaria de pai se ele deixasse.

Sábado 12:55 – Cozinha: A mãe, as tias, os tios e outros coroas os quais eu não consigo precisar o grau de parentesco já viraram meus amigos. Sou quase de casa. Alguém já soltou a história que eu sou um "escritor". Ainda bem que não falaram que "droga" de escritor eu sou.

Sábado 13:20 – Banheiro: Já me sinto tão de casa que eu quase esqueço de forrar a privada.

Sábado 13:30 – Rodinha de conversa: O mesmo papo que rola nesses encontros, relembrar fatos pitorescos para se parecer engraçados para as amigas de faculdade do aniversariante. Escuto mais do que falo. Estou a 5 passos do maior par de peitos que eu já vi em minha vida.

Sábado 14:00 – Piscina: Melhor que ver um belo par de peitos e vê-lo de biquíni. Melhor seria sem biquíni. Mas a vida não pode ser tão boa.

Sábado 14:15 – Piscina: Seria eu o único a mandar uma mijada na piscina ou seria eu o único a admitir isso em meu blog?

Sábado 15:30 – Quintal: Primeiro balanço do churrasco. Já estou a três horas em Búzios, estou empanturrado de comida, bebendo Skol como se fosse água, já conheci o maior par de peitos da minha vida, já dei uma bela cagada, já fiz amizades com os mais diversos sabores de coroas e já mijei na piscina. Eu não sou um convidado adorável?

Sábado 15:50 – Banheiro: Acrescente a lista de cima uma carreirinha de ouro branco.

Sábado 16:00 – Sala: Galera reunida para ver o jogo do Flamengo. Tem tanto homem junto em um recinto que eu me sinto na prisão. Tudo bem, tudo vale a pena para ver o Mengão dá uma surra no Vasco dentro de sua própria casa.

Sábado 16:05 – Sala: Vasco 1, Flamengo 0. Futebol é o caralho.

Sábado 16:08 – Quintal: Mas o que eu estava fazendo lá dentro com toda essa mulherada e cerveja do lado de fora?

Sábado 16:25 – Banheiro: Vim retocar a maquiagem do meu nariz.

Sábado 16:50 – Mesa do Bolo: "Vamos cantar os parabéns por que suas tias tem que ir embora!". Ainda bem. Já estava ficando meio bolado com essa velharada toda.

Sábado 17:00 – Mesa do Bolo: Alguém no mundo ainda acha "A-ha, U-hu, ô fulano eu vou comer seu bolo!" uma coisa engraçada?

Sábado 17:05 – Churrasqueira: Seu Leopoldo continua firme e forte e sabe que agora só vai ficar o pessoal tosqueira que bebe e come pra cacete.

Sábado 17:35 - Tempra vermelho: Vamos comprar mais cerveja e aproveitar para dá um dois no caminho.

Sábado 17:45 - Tempra vermelho: Nunca vi alguém queimar um baseado daquele tamanho tão rápido.

Sábado 18:00 – Centro de Búzios: Tomamos uma Skol no depósito e deixamos o Tempra Vermelho aberto para sair a marola.

Sábado 18:00 – Tempra Vermelho: Nego acende a ponta.

Sábado 18:50 – Quintal: Ninguém entende como levamos mais de uma hora para fazer algo que se faz em meia hora.

Sábado 18:55 – Quintal: Os peitos continuam enormes. Parece até que cresceram nesse tempo que eu fiquei ausente.

Sábado 19:20 – Quintal: Estou conversando com uma garota e me perguntando como aquele copo de caipirinha parou na minha mão.

Sábado 19:45 - Rodinha de conversa: Quem foi o filho da puta que inventou de tocar violão.

Sábado 20:10 – Banheiro: Eu e a Vera Fisher temos mais uma conversinha.

Sábado 20:35 – Piscina: Sempre tem um momento que os bêbados inventam de jogar todo mundo dentro d'agua.

Sábado 20:39 – Piscina: Seu Leopoldo, você por aqui?

Sábado 20:42– Piscina: A sua senhora também? É, realmente nego tá perdendo a linha.

Sábado 21:30 – Banheiro: Digo que vou no banheiro me secar, mas vou me encontrar com a Vera.

Sábado 21:40– Quintal: Pela quinta vez seguida um amigo tenta me convencer que não vai dar merda da gente ir para o telhado da casa queimar um.

Sábado 21:45– Quintal: Seu Leopoldo e a sua senhora dão boa noite e vão dormir.

Sábado 22:00– Quintal: Tô muito doido para lembrar o que aconteceu exatamente a essa hora. Me lembro que tinha gente pensando em "ir para a night".

Sábado 22:10 – Quintal: Descubro que boa parte da galera vai dormir na casa do namorado da peituda. Se eu também tivesse uma casa em Búzios eu teria uma peituda para enfeitar a cama.

Sábado 22:25 – Quintal: Todo mundo acha que é tranqüilo queimar um perto da churrasqueira.

Sábado 23:00 - Quintal: Acabou a cerveja. Agora só cachaça e maconha. Escuto um boato que a Vera também está pelas ultimas.

Sábado 23:30/23:45 – Banheiro: Depois de um sessão forte, Vera morreu.

Domingo 00:00 – Quintal: Grande parte da galera debanda para a casa do namorado da peituda. Ficam só os toscos.

Domingo 01:00 – Quintal: Ficamos uma hora debatendo sobre os peitos da menina, as situações toscas, queimando um e bebendo caipirinha.

Domingo 01:30 – Quintal: Desistimos de tentar jogar cartas. Tá todo mundo muito doido. Colocamos mais carne para assar. A larica é forte.

Domingo 02:30 – Sala: Durmo no sofá, com o corpo fedendo a churrasco e cloro de piscina, o estomago ardendo pela maconha, cachaça e molho de pão de alho.

Domingo 10:00 – Sala: Acordo no meio de uma poça de baba com o barulho da casa. Tem gente jogada pela sala toda. Alguém tem um Sorrisal?

Domingo 10:30 – Banheiro: Quase não forro a privada por pura preguiça. Meu corpo está dolorido, meu estômago está derretendo no ácido, estou morto, mas o sábado foi bom.

Domingo 11:00 – Cozinha: De banho tomado eu tenho o melhor café da manhã nos últimos anos. Até geléia tinha. A vida é boa.

Domingo 12:30 – Churrasqueira: Seu Leopoldo está iniciando o enterro dos ossos oficial. Já tem cerveja gelada e carne queimando. Esse louco vai beber mais cerveja depois de ontem? Porra, esse cara é dos meus. Abro uma e fico escutando suas piadinhas de coroa. A skol desce como um santo remédio para a azia.

Domingo 14:00 – Zona Eleitoral: Nem sim, nem não. Estou aqui para justificar que não vou participar dessa babaquice com tanta cerveja gelada me esperando. É tão bom ser um cidadão consciente.

Domingo 15:00 – Quintal: A peituda veio para dar tchau. Alguém tirou uma foto desses peitos? Tenho certeza que aquilo não é silicone. Não que fosse fazer alguma diferença. Sou adepto aos dois tipos.

Domingo 16:00 – Quintal: Estamos arrumando tudo e vamos partir.

Domingo 17:30 – Tempra Vermelho: Esses putos só trouxeram o cd do Motörhead? Espero a faixa Born to Raise Hell e tiro um ronco.

Domingo 20:00 – Lanchonete tosca de Botafogo: Paramos para comer um sanduba.

Domingo 21:00 – Minha casa: Por que não queimar um juntos e lembrar o belo fim de semana?

Domingo 22:00 – Minha casa: Então vocês me prometem mandar uma foto da peituda? Nossa! A vida é bela!

Domingo 23:30 – Minha casa: Vocês são legais mais já chega, né?

Domingo 23:40 – Minha casa: Vou entrar na internet, escrever qualquer porra no blog, queimar um e dormir.

Segunda 00:10 – Minha casa: Estou esperando o download do cd do Motörhead acabar enquanto jogo Copas para internet com um belo sorriso no bolso.