[ Carros anabolizados? ]

O conceito de "tunning" cresce no Brasil. E se você esta intererssado em customizar (termo correto) seu Fiat 147, ou aquela velha Brasilia 77, leia este artigo.

Você tem um amigo com um carro turbo que "pega" todas as menininhas safadinhas da rua? Queria ser como ele, mais seu fusca tem mais massa na lataria que o Chinês da pastelaria?
Então o que você precisa é de algum dinheiro na carteira e algumas boas dicas de quem entende do assunto.


Customização de carro hoje em dia é moda, e o que era velho antes, pode ser "cult" amanhã. Vários programas de TV enchergaram um bom hype na customização (ou anabolização, como tratei no titulo) de carros, vide o Caldeirão do Huck na Globo, Overhaulin’ do Discovery ou o American Hot Rod também no Discovery.

Mas não pense que isso é brincadeira de criança não, depois de turbinar, pintar, trocar as rodas, motor, lataria e tudo mais do seu "poisé", seu sorriso vai ficar enorme, e o rombo no seu bolso mais ainda.

Não é barato ter um carro customizado, mas é o sonho de todo apaixonado por carangas envenenadas, e as alternativas para você que não tem experiência no assunto é escrever uma cartinha para o Caldeirão do Huck ou juntar dinheiro e procurar quem conhece e trabalha com o assunto.

Copio aqui uma reportagem ótima da VIP que traz várias posições, dicas, truques, idéias e mostra onde esta quem manja e faz as customizações. Boa leitura, e vê se tira alguma coisa dai amigão, ou fique andando com o seu Corcel 1 para o resto da vida.

Carros anabolizados
A onda agora é transformar sua máquina, seja um modelo atual ou um clássico. Jogue fora as rodinhas de aro 12, instale DVD e GPS, pinte faixas, rebaixe tudo, duplique a potência... O seu bolso é o limite!!!

Quando o (segundo) brinquedo favorito do homem pode se tornar único, personalizado, mais agressivo e mais rápido, ele nem vai pensar duas vezes. Vai nessa! Nunca se viu tanta funilaria, solda, pintura e design quanto atualmente em programas de TV. E isso gera idéias na cabeça. Para os desavisados: em sete dias, o designer-celebridade californiano Chip Foose transforma muscle cars enferrujados em obras de arte arrojadas no Overhaulin’ (Discovery Channel, segundas, 23h). Hot rods são temas recorrentes do veterano programa Rides (atualmente em recesso na Discovery) e American Hot Rod (Discovery, sábado, 10h). E modernices ensandecidas estão sempre acontecendo no Pimp My Ride (MTV, quartas, 16h30). VIP descobriu que tudo isso pode ser feito aqui no Brasil com o mesmo profissionalismo e criatividade. Basta ter uma grana a mais no bolso... e um Mustang na garagem! Ok, se no lugar de fã do filme 60 Segundos, com Nicolas Cage pilotando um Mustang Eleanor, você prefere a cine-série Velozes e Furiosos, com seus carros modernos turbinados, basta ter um nacional acessível como um Vectra mesmo e pronto. Vamos pra oficina.

Febre crescente
Primeiro passo: nunca use a manjada palavra “tunado” (que vem do inglês tuning, ou afinação). O pessoal que trabalha na área odeia e usa “customizado”. Sim, é a mesma coisa. Esse é um mercado crescente que já conta com uma exposição anual no Brasil, a maior da América Latina, batizada de Salão de Acessórios. Ela acontece em São Paulo, está em sua terceira edição e, em abril deste ano, atraiu 64 mil visitantes para seus mais de 150 expositores. Nossas garagens-oficinas trabalham já há alguns anos com vários segmentos da customização, que passa pela restauração e modernização de um clássico muscle car americano (veículos esportivos da década de 70 com motores megapotentes) até chegar aos carros atuais brasileiros, que vemos todos os dias nas ruas, cujos donos se cansaram do visual de fábrica.

O que melhorar
O extremo que embrulha o estômago também aparece por aí, como gente querendo “modificar” uma Brasília ou um Fiat 147. “Nós respeitamos as linhas do carro e tudo mais. Quando o cara tem uma idéia muito mirabolante na cabeça, nem nos procura”, conta o customizador e piloto Fernando Baptista, dono da Batistinha Garage. Fernando, que já participou de um Rides versão especial brasileira recriando um Maverick 1974 em 37 dias, diz que investe muito de seu tempo com orientação, pois muitos não sabem o que fazer com o carro. “Ao modificar algo que o engenheiro desenvolveu na fábrica, você pode melhorar uma coisa e piorar outra. Então a obrigação é orientar”, explica. Traduzindo: rodas aro 20 com pneus fininhos não serve pra asfalto, só pra showcar. Na Batistinha já passaram carros que ficaram 5 dias para uma reforma rápida, 45 para consertos brabos e até três anos (como o Mustang vermelho e preto que ilustra essa matéria) para recuperação e modernização.

Até o álcool é vantagem“Se o cara quiser absurdos 700 cavalos, vai precisar de freio e amortecedor novos pra isso e vai ter de abdicar de algum conforto, pois o carro fica indócil. Em algum lugar ele vai perder”, diz o preparador Bruno Herrera, dono da Herrera Motorsports. Ele afirma que mudanças moderadas dão resultados mais consistentes. E para a alegria da turma ambientalmente correta, nosso álcool é uma vantagem, pois emite menos poluente e tem, acreditem, uma performance melhor do que a gasolina. Sim, o carro anda mais! “Metade dos carros que preparo são a álcool. Mas, por enquanto, ainda tem muito cliente sem saco para sentar e esperar o carro esquentar”, completa Herrera.

Seu novo, mais moderno
Para os proprietários de carros modernos a realização é mais rápida. A lista de modificações que pode ser feita em seu carro é interminável e a frase “O céu ($) é o limite” é um chavão na boca dos “designers” – “mecânico” é o cara que trabalha na esquina do bairro, passando massa naquela encostada no poste que você deu. Entre os itens, a lataria do carro pode ser cortada, o exterior completamente repintado, as velhas rodas de fábrica podem ir pro lixo, o interior totalmente refeito, o som passar a ser um car-theater com DVD e GPS, e o exterior sofrer uma mutação com spoilers, polainas, faróis etc.

A aventura dos clássicos
A porcentagem de carros clássicos esportivos como um Mustang, um Dodge Charger ou um Corvette ainda é pequena aqui no Brasil (em comparação com o monstruoso universo deles nos Estados Unidos), mas ela existe e cresce. Nesses clássicos – que também podem ser antigos Fords e Chevrolets das décadas de 50, que vemos em novelas de época –, as oficinas gastam muito tempo desmontando, refazendo funilaria, pintando, recuperando mecânica, elétrica e tapeçaria. Ou seja, é uma longa aventura que requer um entusiasta com muito dinheiro e paciência. Ah! Não dá pra considerar um entusiasta o dono de uma Ferrari, que simplesmente foi lá, desembolsou o dinheiro e está por aí desfilando. O sujeito tem de ficar dois anos montando peça por peça, até ter o carro dos sonhos.

Hora de acelerar
Mas não adianta o carro ficar arrojado por fora e rodar como uma libélula. Vamos ao motor. Se você tem um Dodge importado com um clássico V8 Hemi, basta recuperá-lo, importar algumas peças, acelerar e aterrorizar os ecologistas, engolindo gasolina como um doido. Se não se enquadrar, então os caminhos anabólicos são outros. Você pode instalar um kit turbo, que vai aumentar a potência de 50 a 100%, mas vai levar alguns segundos para o motor conseguir essa pressão máxima e realmente te dar um empurrão. Pode também colocar um cilindro de nitro, que injeta instantaneamente mais oxigênio no motor e aumenta o torque. Com isso, porém, você terá um carro legal apenas pra brincar de arrancada, já que esse gás só pode ser acionado durante 15 segundos. Ou seu motor vai pro saco.
Se depois de ler tudo isso, você já está olhando pro seu carro com idéias mirabolantes, vá em frente. Procure a oficina que melhor se enquadre no que você tem em mente – e quanto tem no bolso – e meta anabolizantes na sua máquina. Ta esperando o quê?!?

BOXE
Olho no bolso
Veja quanto você vai gastar pra deixar o seu carro anabolizado*

Pintura completa: De 5 mil a 20 mil reais. Para detalhes não é preciso tinta, basta adesivos, que custam, em média, 300 reais
Rodas: Com 2 mil reais, você compra um conjunto de rodas e pneus aro 15. Se passar para aro 20, pode custar até 20 mil reais
Motor: Um turbo kit bem instalado não vai sair por menos de 3 mil reais. E uma garrafinha de nitro acoplada ao motor vai tirar pouco mais de 1 mil reais da sua carteira. Agora trocar todo o motor, reze, pois não há preço padrão
Som e vídeo: Um kit básico de CD/MP3 player, mais alto-falantes, vai custar uns 1,5 mil reais. Colocar módulos eleva esse gasto para 5 mil. Se quiser instalar tela de DVD, navegador portátil e outros brinquedos, a despesa pode chegar a até 10 mil reais
Interior: Uma forração de couro nova nos bancos sai por 1 mil reais. Trocar os bancos, custa entre 4 a 5 mil. Pirar e modificar tudo por dentro pode queimar 10 mil reais facinho
Exterior: Uma mudança básica de aerofólio, retrovisor, faróis, pára-choques e saias laterais pode ser conseguida com um chamado body kit, que vai custar entre 2,5 mil e 3,5 mil reais
Total (considerando o valor máximo de cada item): 66.500 reais
(* Valores médios que variam de acordo com oficinas, modelo do carro e peças)

Onde anabolizar:
Batistinha Garage:: Rua Solimões, 314, Barra Funda, tel.: 3392-4648.
De segunda à sexta, das 7h45 às 17h30, com horário de almoço das 12h às 13h
Herrera Motorsports:: Avenida Santo Amaro, 6681, Santo Amaro, tel.: 5547-0005. De segunda à sexta, das 8h às 18h, e aos sábados, das 8h às12